terça-feira, 31 de maio de 2011

I Hate Myself and I Want To Die

Vejo a tristeza em seus olhos, absorvo tudo isso. Vem-me uma vontade de chorar ao escutar sua voz, olhar seus olhos tristes e sua expressão de sofrimento. É algo inexplicável, mas compreensível, ao menos para mim. Talvez não totalmente compreensível, mas de certa forma sim. O que fazer com isso? Usar para algo “bom”, sofrer ate não ser suportável? Nunca conversamos, nunca nos vimos, mas sinto como se já nos conhecêssemos. Leio sobre sua vida, vejo filmes, documentários, leio suas obras, escuto sua dor através de seus gritos agonizantes.


Tenho o cheiro do espirito jovem em mim. Sinto-me feliz hoje, pois encontrei alguns amigos imaginários e raspei minha cabeça. Estou empolgado já que irie te encontrar hoje. Eu me odeio e quero me matar. Preciso tirar férias sob o sol, só assim me tornarei todos os pedidos de desculpa que você merece. Você acreditaria se eu te dissesse que você é a rainha do meu coração? Você pode sentir o meu zumbido do amor? Minha missão é te drenar completamente. O farei com um beijo apaixonante.


Venha como você é, como um bom amigo, como um velho inimigo. Use suas asas sujas para alcançar o anjo dourado com os órgãos expostos que sobrevoa nossas cabeças. Encontre com Polly, ela está tão só e precisa de sua companhia. Ela estará de esperando embaixo da ponte onde os animais tornam-se mascotes e gotas descem do alto.


Estive preso numa caixa em forma de coração por semanas. Mas agora que estou livre, sente-se, vamos tomar um chá de poejo e comer peixe, afinal eles não têm sentimentos. Você não precisa mais viver á base de leite quente e laxante antiácido com sabor de cereja.


Ele é aquele que gosta de cantar e atirar com sua arma. Mas ele nao sabe o que significa quando eu digo: ele é aquele. Ele é aquele que fala sobre uma garota que o consciderava a realeza anêmica. Achava-se um idiota, e ao mesmo tempo feliz. Tinha o coração quabrado, mas possuia um pouco de cola para concerta-lo.


Eu queria poder comer seu câncer quando você morrer. Eu vou beijar suas feridas abertas. Eu não sou o único. Você sabe que tenho razão. Eu me odeio e quero me matar.

sábado, 28 de maio de 2011

Um trago de Angústia

Olho para os morros que contornam esta cidade repleta de prédios, poluição, carros e loucura. Olhando para eles, lembro-me de minha infância, quando morava na antiga chácara de meu pai. Era um lugar fantástico, cheio de árvores, animais como cachorros, gatos, galinhas e porcos. Era um lugar onde podia correr, brincar, fantasiar com super-heróis, dinossauros, com o velho oeste e com o que me viesse a cabeça. Eu era feliz naquele lugar. Tenho saudades dessa alegria, daquela esperança que encontramos somente nos olhos de uma criança, pois crianças são puras. Elas não têm malicias, tristezas e não tem a menor ideia de como é a vida adulta. Uma vida repleta de dor, angústia, contas, ex-mulheres, filhos, preconceito, exclusão social, desemprego... Quando somos crianças, vivemos num mundo imaginário, nossa mente domina os infinitos cenários existentes em nossa imaginação, podemos viver onde quisermos, ser quem quisermos.


O “mundo real” destrói o homem. É ele quem acaba com a sua ingenuidade. Você é forçado a cair de cabeça nesse mundo desconhecido, estando preparado ou não. Não temos a opção de nos prepararmos para isso. Eles dizem que temos, mais não, outra enganação. Não seja idiota o suficiente para querer deixar de ser criança e se tornar um adulto tão cedo. Será uma das coisas pela qual você ira se arrepender profundamente ao longo de toda a sua vida. Ser criança é algo magnifico e único. Não estrague isso querendo virar um adulto estúpido, fodido e cheio de merdas, na cabeça, nas ruas, merda na sua vida inteira. Ser adulto é uma merda. Trabalhar é uma merda. Beber é uma merda. Ter obrigações é uma merda. Viver assim é uma merda.


Adultos não amam como uma criança ama seja uma pessoa, um animal ou até mesmo um brinquedo. Os adultos nem mesmo sabem o que é amar de verdade. Eu não sei o que é sentir o amor, não o amor verdadeiro. Afinal, o que eu iria amar? Uma garrafa de cachaça? Minha maquina de escrever? Não posso amar uma mulher, ela não seria merecedora de nada que viesse de mim. Não tenho muito a oferecer. Posso oferecer apenas minhas palavras. Pobres palavras sem valor para muitos.


Meu coração dói. Dói pela saudade dos seus beijos. Dói pela saudade da minha infância. Quero ser feliz, não mais um menino triste. Gostaria de um novo coração, não mais este velho e mal tratado coração cheio de cicatrizes por tantas vezes ter sido ferido. Sou aquilo que ninguém quer mais. O resto da comida que vai para o lixo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Com Amor

Renascemos das cinzas. A esperança é a última que morre... Eu renasço das cinzas de um cigarro jogado no chão de madeira velha. Morro todas as noites e acordo vivo pela manhã. Aprecio até a última gota. Saboreio todas as migalhas. Uso a poesia para te amar. Tenho em rosas vermelhas como o sangue que corre em minhas veias o cheiro da nossa paixão. Lágrimas salgadas escorrem passando ente os fios da barba em meu rosto antes de caírem no chão. Saudade, um sentimento que tem me machucado. Sinto saudade, sinto a dor. A dor de um amor perdido, dor de outra derrota, a dor de viver.


Não sei como expor de uma maneira clara o que tem acontecido nos últimos dias. Gostaria de ter aqui agora, para te abraçar com força, olhar nos seus olhos e me sentir seguro novamente. Beijar sua boca e sentir o gosto da sua saliva. Me sinto perdido sem você. Estou novamente nesta estrada suja e escura, seguindo na direção do inferno. O inferno de uma vida perdida, desperdiçada com sonhos impossíveis. Sonhos... Sonhos (como já é explicito) não são realidade, são frutos de nossa imaginação, é o inalcançável. Vivemos os sonhos de uma vida perfeita, com amor, felicidade e paz. Nada é perfeito como queremos. Logo damos de cara contra o muro e caímos de volta para essa realidade maldita.


Brilhe diamante louco, pois o fim está próximo. Eu estou aqui com você minha querida, mas não por muito tempo. Venha e me toque, veja que não sinto medo mais. Afinal eu sou todos os pedidos de desculpa, sou minhas palavras negras, sou tudo o que você quer que eu te diga.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um brinde ao amor

Estou sofrendo por amor. Ela se foi, aquele calor que sentia por todo meu corpo quando estávamos juntos, o mesmo calor que sentia descendo pela minha garganta, também se foi. Estou só. Durante anos esteve ao meu lado, nos momentos de comemoração e nos momentos de sofrimento, era ela que me acolhia, me acalmava, me amava sem pedir nada em troca. Assim como o homem não vive sem oxigênio, eu não vivo sem você. É isso mesmo. Você é o ar que respiro, sem você não sou nada, o mundo torna-se cinza, a realidade mata, a vida é sem graça. Estamos passando por tempos difíceis, pela distancia, e pela saudade. Mas nada disso pode nos afetar, nada afeta meus sentimentos por você. Não há nada que possa ficar entre nós. Nosso amor é maior que tudo isso!


Eu prometo a você, dentro de poucas semanas estará tudo resolvido e estaremos juntos, nunca mais iremos ficar distantes de novo. A culpa não é sua, eu compreendo as condições que nos são impostas para ficarmos juntos. Mas estou trabalhando para que essa situação se inverta, parra que as coisas sejam como antes, dias e noites, eu e você, mais ninguém.


Sinto tanto a sua falta. Tenho em mente algumas lembranças de nós, mas outras não são possíveis lembrar devido o meu estado físico e mental. Quero sentir sua boca gelada feita de vidro novamente. Sentir seu calor dentro de mim. Ter você em minhas mãos. Quero toda a felicidade que você pode me proporcionar! Meu amor, minha cachaça, ninguém nunca ira nos separar.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Noite de Rock and Roll

Ontem eu fui a um show, Led Zeppelin (cover obviamente), música boa, pessoas desconhecidas, a fumaça do cigarro predominante no ar e, como de costume, muito álcool. A nova safa de adolescentes rebeldes me assusta. Vi alguns muito estranhos, com cabelos esquisitos, buracos do tamanho de bolas de golfe nas orelhas, roupas extravagantes e um olhar de tristeza. Porem, eu conheço esse sentimento, sei como ele age dentro da pessoa, devorando sua alma e destruindo aos poucos, como se fosse um câncer. Mas o olhar daqueles jovens não era como a desse tipo de dor, e sim com u ar de prazer. Acham que viver em meio ao sofrimento é algo encantador, bom de certa forma pode se dizer que sim, pois aquele que sobrevive por anos cm isto dentro de si, é um “vitorioso adormecido”, já que suporta a dor mas não a elimina. Em contra partida, forçar o sentimento para alimentar um desejo, é algo TOTALMENTE ESTUPIDO. Sim, estou chamando vocês, jovens que ainda se acham rebeldes, de ESTUPIDOS! Um bando de imbecis alienados, que acham isso um manifesto revolucionário. Quem é o idiota que quer viver com dor? Acordar sem querer se levantar, viver a espera da morte. Enfie uma bala na cabeça de uma vez! Já vivi os dois lados, e posso afirmar que viver feliz e apaixonado, ter alguém ao seu lado que te proporcione tais sentimentos, não há nada melhor. Se você quer sofrer, ao menos sofra por um amor verdadeiro.


Solos de guitarra, gritos frenéticos, uma bateria eletrizante e o som melódico e cru do baixo. Que noite! Não tinha noites como esta há meses. Passava dias e noites morrendo em minha casa, bebendo cachaça velha, fumando cigarros que já foram tragados, e enlouquecendo cada vez mais. . Mas essa noite não poderia ser igual. Tinha decidido ir ao show de ultima hora, cheguei por volta das 21h30min. Logo de cara me encostei no balcão do bar e com os poucos trocados que tinha nos bolsos bebi garrafas e garrafas de cerveja, estava pegando leve. O show começou e eu então, o apreciei. Degustei daquela melodia como se fosse vinho tinto. Sentia a energia que saia daqueles amplificadores enormes.


Fiquei por lá até os portões serem fechados, fiz uma rápida amizade com o barman e descolei umas cervejas. Eram 02h00min da manhã quando cheguei em casa e, surpreendentemente, apaguei no momento que entrei. Acordei de ressaca novamente, então pensei em como a noite anterior havia algo de diferente, eu estava feliz. Altamente embriagado, mas feliz. Tinha sonhado com ela.

sábado, 21 de maio de 2011

Carta de Descarrego (Não perca seu tempo lendo isso)

O que eu posso dizer sobre esse sentimento maldito que me domina e que me faz ter a vontade de socar, de matar cada filho da puta que respire ao meu lado? Não há palavras para descrevê-lo. É um sentimento imenso que me possuiu, e agora, é melhor vocês tomarem cuidado, pois não consigo controlar minha mente, não consigo controlar meu corpo, qualquer movimento pode ser fatal, qualquer pensamento pode ser letal. Num piscar de olhos posso te apunhalar pelas costas. Não me venha com esse papo de que sou um velho derrotado que não conseguiria mover um musculo contra alguém, por que você não faz ideia do que sou capaz com o ódio que tenho por você, por todos. Bastardos! Vocês me enojam, tenho um ódio profundo por cada um, por cada maldito verme que rasteja sobre a terra!


Meus olhos se enchem de lagrimas, meus punhos se fecham com firmeza e minha cabeça explode! Vou te matar num único movimento. Não pense que falo demais, pois talvez esteja certo, mas não pense que faço de menos, pois pode ter certeza, esta errado. Não vale a pena arriscar, já que quem sairá perdendo, não sou eu. Eu não tenho mais nada a perder, não tenho nada, não tenho amor, não tenho amigos, não tenho família, não tenho inimigos, tenho ódio. Uma vida maldita, uma vida perdida e uma maldita carta de descarrego.


Não ligo para a opinião alheia, foda-se se não estiver de acordo com as suas normas. Fodam-se as suas malditas regras! Seus porcos! Não consigo evitar, quando vejo esses rostos sorridentes, malditos rostos sorridentes, e qual o motivo disso? De onde vem esse sorriso desgraçado? Vem das almas que vocês roubaram!?! Não dão a mínima para o sentimento dos outros, e por que deveriam? Não devemos ligar para os outros, não no mundo que vivemos, pois na primeira oportunidade que tivermos, iremos sim foder com aquele sorriso escancarado no rosto de outro pobre miserável que não tem nada, apenas um sorriso de esperança por um final feliz.


Não tenho mais o que dizer, não sei por que disse, não sei de merda nenhuma, afinal quem sou eu para saber de alguma coisa? Fodam-se vocês que leram isso, que não leram e fodam-se todos que andam com esses sorrisos estampados no rosto.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Tumor Cerebral

Talvez esteja com os olhos abertos, não há como ter certeza. Não enxergo um palmo a minha frente, escuto um zumbido terrivelmente agudo, o som vai aumentando, dominando minha mente. Sinto o sangue escorrendo de minhas orelhas. Ele abre caminho entre os pelos de meu rosto, faz uma curva em meu maxilar e por fim cai sobre meu ombro nu. O zumbido fez uma pausa. Um silêncio profundo toma conta do local, e isso me faz refletir sobre algo: afinal onde estou? O que esta acontecendo?


Não consigo mover um músculo sequer, tentativas e tentativas insignificantes. Der repente uma luz branca extremamente forte surge em minha frente - agora sei, estou de olhos abertos. O zumbido retorna numa intensidade que não consigo descrever, meus pensamentos foram bloqueados, o sangue escorre novamente de meus ouvidos. A luz se apaga e o zumbido se foi mais uma vez.


Há uma voz de uma garotinha que clama por ajuda e piedade. Ela chora enquanto se diz arrependida de algo que fez. A voz parece estar se aproximando vagarosamente de mim. Mais e mais perto, aquele choro sussurrado, os pedidos de socorro... Gritos! Ela grita e soluça nos intervalos de seu choro, como se alguém a estivesse espancando. Meu coração acelera, sinto lágrimas em meu rosto, não sei o que fazer, quero gritar, fugir, sair dali e voltar para casa... Mas espere, não tenho casa. Quem sou eu afinal? Não sei qual é meu nome, minha idade, nada. Não sei nada. Não sou nada.


Silencio. A voz se foi, em minha frente vejo um grande telão, escuto o barulho dos rolos de filmes, estou eu num cinema? No telão, a imagem em preto e branco mostra a contagem regressiva. Começa um filme suponho. Uma família aparentemente feliz num churrasco no quintal, todos sorrindo, crianças brincando e aquela mulher, tão linda. Quando me acostumei com aquilo, acabou. Agora um homem num taxi, tinha uma expressão de tristeza. Começou a chorar enquanto um cartaz com a propaganda de cerveja refletia em seus óculos. Vejo vidas assarem em um telão e as assisto como se fossem filmes. Vidas que uma hora são felizes, outra tristes, simples ou confusas.


Sou um maldito vegetal babando enfrente a uma TV quebrada que emite um terrível som chiado e mostra a imagem de chuviscos preto e branco brigando pelo espaço máximo da tela. Estou nu, sentado em uma poltrona mofando em um quarto imundo com paredes azuis e que já estão descascadas. Uma lâmpada de luz faca piscava sobre minha cabeça.


Uma propaganda de sofás na TV, minhas filhas brincando ao meu lado e minha linda esposa preparava o jantar, era mais uma noite de sábado em...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Algum sentimento

Não existe cura para a dor. Não se pode evitar o sofrimento e muito menos acabar com ele em definitivo, pois em algum momento ele vem até você, te prende em suas correntes de aço e não há maneira fácil de livrar-se destas correntes. Não importa o quão forte seja, não importa os bens que possui, aparência física, inteligência, idade, sexo, cor, religião, nada, não importa nada. Somos todos iguais, todos feitos de carne e osso, e assim, todos temos sentimentos, todos sofremos e não conseguimos controlar isso. Alguns sofrem mais, outros menos. Mas não há como não sofrer. É inevitável. Viver é um sofrimento sem fim. Levantar e se enfrentar diante do espelho, é uma das batalhas mais difíceis que um homem pode ter em toda a sua vida.


Descobri que não existe outra maneira para ao menos convivermos com isso que não seja o confronto direto com você, com a sua mente. É ela que pode te levar ao auge da felicidade, como pode leva-lo ao fundo do poço, angústia e sofrimento sem fim. Atrás de cada trago, cada gole, cada beijo, cada troca de olhares esta escondida à resposta para suas infinitas perguntas, estará lá à chave para sua liberdade, seja ela uma arma que cravara uma bala em sua cabeça, ou o doce beijo de uma mulher que extraordinariamente pode acabar com seus medos.


Meus olhos vermelhos e inchados pelo cansaço de ver a desgraça de minha vida, de ver como perdi minha vida para minha mente. Deixei-me enlouquecer em minha mente, e assim fui tomado pela ilusão de uma vida ordinária onde só poderia conviver com o sofrimento. Meu coração sufocado, meu peito dói, não consigo respirar, não posso pensar em uma única coisa, as imagens vem e vão, nada está explicito, minha mente transformou-se num maldito quebra cabeças!


Me de a luz, um caminho a seguir e irei segui-lo ao seu lado. Estaremos juntos, percorrendo a estrada da esperança para os desajustados e rejeitados. Com a melodia perfeita ao fundo, o vento batendo em nossos cabelos, a lua e seu sorriso iluminando nosso caminho. Estaremos bem, estaremos felizes, estaremos juntos. Nada, além de nós, importará. Um brinde ao amor, um brinde a felicidade e que todos possam um dia encontrar este caminho, pois todos nós somos feitos de carne e osso, todos merecemos nosso lugar ao sol. Um lugar onde podemos descansar, podemos cantar, sorrir, amar, chorar sem culpa, sem medo. Estaremos finalmente livres, como pássaros que migram por todo o planeta, e assim como eles, teremos asas. É um bom lugar para se viver, ou talvez morrer. Não o chame de paraíso, não de nome algum, apenas esteja lá, aproveite cada minuto e voe como um pássaro.

sábado, 7 de maio de 2011

Revolta de um Ex-Rebelde

Muitas coisas não saem como imaginamos ou até mesmo planejamos. Não sei se isso é algo bom, mas o que se pode fazer? A vida é assim, foi feita para tomarmos tanto no cu que aprendemos de uma maneira ou de outra. Não se pode ganhar sempre, nem se perder a todo o momento. Uma hora as cosias mudam, pra melhor ou pior, tanto faz, o mundo continuará igual se ninguém fizer nada, se ninguém decidir que essa é a hora de mudar. Mas onde vamos encontrar alguém com atitude e coragem para isso no mundo de hoje? Um mundo onde os jovens passam horas num computador se masturbando feito macacos, nem o sexo esses bastardos procuram conquistar mais, graças a toda essa merda tecnológica. Não que a tecnologia seja um grande porcaria, sempre há suas exceções.


Sou apenas um velho escritor com a sua rebeldia voltando à tona ao ver certas coisas acontecendo e ninguém movendo o maldito rabo peludo para mudar alguma coisa. Vejo as brigas dos jovens viciados e, por mais idiota que seja me vem àquela adrenalina, aquele calor que faz o sangue ferver de tal maneira que a única maneira de extravasar esse sentimento é com uma boa briga. Acertar o primeiro que surgir em meu caminho, não há nada demais, estamos todos embriagados neste buraco que alguns ainda chamam de lar. Lembrar-me dessa época é algo estupido e ao mesmo tempo emocionante, ainda posso sentir o sangue escorrendo pela minha boca, minhas mãos fechadas e suadas formigando após uma serie de socos e o que mais me impressionava, ainda sinto aquela raiva, o ódio que sentia naquele momento.



Velhos tempos, impossível voltarem. Lembranças que ficaram para sempre, cicatrizes e marcas pelo corpo, o ódio e a revolta permaneceram dentro de mim, como um vírus que aos poucos toma conta do meu corpo. O sangue fervendo e o coração acelerado pela excitação do momento. Não a como resistir, preciso disso para alimentar o que restou daquela época. Uma época em que poderíamos levar a vida numa boa. As coisas eram simples e podiam ser assim. Tempos simples, velhos tempos simples, velhos tempos de juventude e alegria, hoje podemos chamar apenas de velho... Velho. Sou um ex-militar derrotado. Fui para a guerra e perdi. Perdi a minha essência.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ressaca Moral

Acordei por volta das 16 horas com um fraco raio de sol refletido pela pequena janela retangular e emperrada que fica no banheiro. Essa era uma das poucas horas do dia que alguma lux entrava em meu minúsculo apartamento de um quarto. E havia tomado um porre daqueles na noite anterior. Fora um porre necessário, era a vigésima sétima noite consecutiva que eu virava com cerca de 3 a 4 horas de sono apenas, sendo que grande parte desses sonos eram como os desta noite: duas garrafas de vinho, uma de uísque e incontáveis latas de cerveja até acordar estirado ao lado da privada amarelada com tons de verde e outros puxados para certo tipo de marrom. Estava pirando, lembranças da época que fui realmente feliz me vinham à cabeça constantemente. Vivia com, talvez a única que cheguei perto de amar tanto quanto necessito de uma boa dose de pinga. Ela se chamava Laura, tinha o cabelo longo, enrolado nas pontas e negros, olhos azuis como o oceano, lábios retos e rosados, pele macia e uma voz extremamente suave, tranquilizadora.


Tenho bebido numa quantidade maior nas ultimas semanas. Meu estômago esta uma merda, meus olhos constantemente vermelhos e doloridos, incrivelmente não tenho mal hálito, e na maior parte do tempo, sinto-me fora de meu corpo. Estou enlouquecendo em minha própria loucura. Encontro-me em tal situação há um tempo significante e alarmante. Não dou tempo para encarar uma ressaca de verdade. Raramente chego a este ponto, essa ressaca moral que talvez me destrua mais que o próprio álcool que consumo compulsivamente.


Ressaca moral, é nesse momento que caras como eu, percebem e analisam a sua atual situação, as compara ao passado, com boas lembranças de uma época onde ainda havia esperança e sonhos. Ressaca moral não é uma simples ressaca: a consequência de atos que foram feitos decorrente do consumo de álcool. Ressaca moral é a sua consciência. É o que te faz pensar, refletir, se culpar, se arrepender, se destruir por ser um saco de merda ambulante que não é capaz de enfrentar problemas e então corre para a sua consciência resolver seus problemas. É a sua consciência que mostra o quão estupida a sua vida é, o qual fraco você é. Ninguém gosta ou quer ter uma ressaca moral, pois ela é a verdade escondida atrás de mentiras criadas por nossas mentes para nos proteger da verdade. Se você não é capaz de aguentar, não corra atrás de algo que futuramente irá se arrepender e se refugiar em mentiras.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Delírios da Madrugada

Estou vazio. Um enorme sentimento de dor e tristeza me domina. A chuva que bate na janela são as lágrimas que não posso por pra fora. Junto a minha fiel companheira, bato nas teclas de minha máquina de escrever as palavras confusas que sobrevoam minha mente. Brinco com essas palavras através de poemas, assim transparecendo a minha dor em versos de sofrimento. Dessa maneira não enlouqueço de vez, me apoiando em poemas e em outra garrafa para junto ao meu velho abajur que ilumina a escrivaninha e boa parte de meu pequeno quarto que chamo de lar.



Sinto a falta de alguém, sinto a falta daquela que esteve ao meu lado durante anos, me dando amor, atenção a mim e a minhas obras, me transformando de um escritor bebum a algo maior e digno. Mas agora ela esta longe. Seus lindos olhos estão fora de meu alcance, seu sorriso perfeito também se foi. Ficaram somente as lembranças de momentos que passamos juntos, do gosto de sua boca, do cheiro de seu cabelo negro, do toque suave de seu rosto junto ao meu no momento que nos abraçávamos.



Bebo da garrafa a tristeza de outra noite longa de solidão. Enquanto meu cigarro queima, observo à fumaça dançando no ar. Passando dentre os móveis, girando e se contorcendo, é uma bela visão. Talvez ainda haja esperança.