segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um domingo de sol

Diferente dos de mais fins de semana, acordei por volta das 10 horas da manhã neste domingo. Acordei, mas rolei de um lado ao outro da cama durante quase uma hora, até estourar minha paciência e então me levantei.


Cocei os olhos e a barba, e caminhei até a janela. O pouco que via da rua não era grande coisa. O sol batendo contra a janela dos dois únicos carros estacionados por ali e um cachorro velho revirando o lixo.


Apanhei meu maço em cima da cômoda, puxei um cigarro e rapidamente estava espalhando sua fumaça cinza pelo quarto. Notei que havia um poema que eu estava datilografando na noite anterior. No momento, não dei tanta atenção para ele e segui na direção do frigobar no outro canto do quarto.


Desfrutei em uma bela golada de cerveja enquanto sentava em frente ao poema. Coloquei a garrafa sobre a mesa e decidi dar uma olhada naquele pedaço de papel rascunhado:


“Só preciso de seu sorriso


Para não me sentir tão sozinho.


Apenas o seu olhar


Já faz meu coração acelerar.


Quero somente o seu beijo


Para secar meus lábios


Junto aos seus braços


Que encontro meu aconchego.



Você é minha melodia,


Minha canção favorita.


Canção que sempre cantarei,


Pois de você nunca esquecerei.”


Ao terminar de ler, notei o quanto sou apaixonado quando bebo...


Meu estômago roncava, ou melhor, suplicava por uma misero pedaço de pão. Mas não havia nada ali, além de um saco de amendoins, uma maçã e um pastel de queijo com aparência duvidosa.


Por que não me dar ao luxo de comer fora? – pensei.


Como havia levantado cedo, imaginei que poderia manter essa “quebra de rotina” e almoçar algo decente para variar um pouco.


Abri o armário par apegar minha calça e uma jaqueta. Eis que me deparei com um casaco preto, feminino. O perfumo vindo do casaco estava impregnado pelo armário e logo se espalharia pelo quarto todo.


Aquele cheiro me pegou com um impacto tão forte contra as minhas narinas que dei dois passos para trás. Com isso, comecei a pensar na dona da tal peça de roupa que perfumara todo o ambiente.


Apertei com força o casaco e, com um grande sorriso no rosto sofrido e abalado, dei uma longa inalada daquele perfume encantador.


Coloquei o casaco novamente no armário, vesti minha calça, coloquei a jaqueta e sai com um cigarro aceso nos lábios e as lembranças da noite passada voltando à cabeça...

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