quarta-feira, 15 de junho de 2011

A cor da dor

Em meio às imagens pretas e brancas encontro uma
última cor viva: o vermelho em uma rosa que esta morrendo. A primeira pétala cai
e voa com a brisa leve do vento que bate.


Uma por uma, as pétalas se desprendem e voam pelos
carvalhos da floresta negra. Algumas ficam pelo caminho, presas nos troncos das
árvores ou então, caindo na grama acinzentada.


Essas que ficam para trás, ao tocar o chão ou qualquer
parte da floresta, são dominadas por um grande manto de cor cinza e ar mórbido.
Acabando com todo o vermelho daquela pétala de rosa.


Apenas três pétalas se mantêm na fraca corrente de
ar que atravessa a mata. Uma delas vai girando e girando até se prender em uma
folha seca. Outra, praticamente fora da corrente, se perdeu em uma moita
próxima a outro carvalho.


A última pétala se manteve forte, passando entre
galhos e troncos, até em fim chegar ao final da linha. Saindo da floresta, a
corrente se espalhou pelo céu e a pétala cambaleando no vento caiu na água fria
do rio.


Enquanto perdia lentamente a cor, teve inicio uma
tempestade. As grandes gotas de água caiam com força na no rio, que logo
começou a transbordar fazendo que a cor da pétala se fosse com mais rapidez.


E assim se foi a última pétala da rosa vermelha,
como o sangue que impulsiona os batimentos do meu coração ao ver a dona dos olhos
mais belos e brilhantes que tive a oportunidade de ver um dia.

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