segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Reabilitação Francesa

Mélanie e eu voltamos a trocar cartas e decidimos nos reconciliar, tentar outra vez. Nosso relacionamento não tinha ido para frente antes, pois ela precisou pegar um voo de urgência para a Paris, na França, onde iria resolver problemas familiares. Então, nesse meio tempo, eu poderia me relacionar com outras mulheres sem qualquer tipo de pensamento pesado na cabeça.

Após quase três meses, minha linda Mélanie estava de volta. Ela me ligou para dar a boa noticia e propôs um jantar em sua casa. Eu fiquei extremamente feliz com o que acabara de ouvir, mas não seria fácil dispensar a pobre Daniela que já estava seminua em minha cama...

Rapidamente me livrei de Daniela e me aprontei para encontrar a minha francesinha. A noite seria especial, segundo ela, iriamos ter um jantar romântico e refinado, exatamente por isso, tomei um longo banho, aparei a barba e me vesti adequado à ocasião: vesti uma camisa social preta, calça jeans limpa e, para não perder o habito, meu velho par de all star preto.

Parei o carro bem em frente ao seu prédio, peguei a garrafa de conhaque e me certifiquei que meu carro estava bem fechado. Ela morava no decimo sexto andar, era um apartamento básico, um quarto, sala, cozinha ligada a sala por um balcão de madeira, banheiro e uma pequena sacada. Mas era muito bem decorado, com taças de cristais, espelhos enormes, quadros caros e uma pequena obra de arte feita de vidro.

Fui extremamente bem recebido com um beijo delicado vindo daqueles lábios rosados. Mélanie apagou as luzes e então a mesa de jantar me chamou a atenção, ela estava iluminada por velas, havia duas taças, dois copos com água, pratos de porcelana, talheres de prata, provavelmente heranças de família, e um balde cheio de gelo com uma garrafa de vinho.

Sentamo-nos a mesa e ela pegou uma garrafa de vinho.

- Você quer um pouco de vinho, ou prefere ir direto ao assunto?
- Pelo jeito você tem me estudado muito bem, minha querida. Eu prefiro ir logo ao que interessa...

Tomei a garrafa da mão dela e a servi uma taça cheia, porém, para mim preparei outro drink. Peguei duas pedras de gelo do balde, tomei toda a água que estava no copo e o enchi com o conhaque.

- Um brinde!
- Mas é claro, e ao que iremos brindar?
- Brindaremos a coisa mais bela que há nesta casa... A poesia, um poema de amor.

“Como olhar para você
E não me perder em seus olhos?
Como ouvir você
E não me apaixonar?
Te amo durante o dia e,
À noite, te desejo.
Suspirando por apenas mais um beijo.”

Tivemos um jantar muito agradável, comemos, conversamos sobre a França, sobre cinema, sobre arte, sobre tudo, menos sobre livros, é claro. Mélanie então se levantou para tirar a mesa enquanto eu fumava na sacada. Olhava para uma cidade dominada por prédios e luzes brilhantes, vermelhas, azuis, verdes, amarelas... Mas eu ainda podia admira-la, afinal, ao menos durante a noite, era uma cidade colorida e feliz.

- O que aconteceu com você?
- Não é nada, só estava pensando em algo...
- O que seria isso?

Hesitei por um momento, então disse:

- Eu estava olhando para baixo e pensando... A distância não parece tão assustadora.
- Mais de onde você tira esses pensamentos?! Vamos, saia dai e tome outro copo.

Entramos e nos sentamos em seu belo sofá de couro preto. Eu pensava em como algo havia mudado entre nós, afinal, eu e Mélanie nunca fomos muito normais, ela sempre foi uma garota diferente das de mais, era mais fechada quanto a seus sentimentos, falava pouco, mas tinha tanto dentro de si. Quanto a mim, bom eu nunca fui e nem nunca seria normal. Mas algo estava diferente, ela parecia um pouco distante e ao mesmo tempo próxima de mim, buscando algo que talvez ela nunca tivesse ao menos tentado em outra relação. Isso me assustava de uma maneira muito agradável, já que eu via nela, uma garota especial, algo nela me dizia que ela valeria a pena tentar.

Eu a observava fumando, era lindo. Ela fumava com delicadeza e com uma sensualidade que me enlouquecia apenas em olha-la. A fumaça dava voltas em seus dedos e, em círculos, ia subindo até desaparecer numa imensidão de prazer. Quando percebi, eu já estava tendo uma ereção, apenas de vê-la fumando aquele pedacinho delicioso de morte.

- Pelo visto você estava duro de saudades, não...

Eu ainda me deliciava com sua beleza.

- O que... É... Duro?
- Sim, duro... Hahaha.

Ela ria, e novamente eu sentia um calor vindo do meu peito.
Devagar, ela se aproximou de mim, colocando meu copo sobre a mesa de centro, em seguida me beijando. Seus lábios não podiam mentir, ela estava queimando tanto quanto eu, era puro e selvagem. Sua mão caminhava pelo meu corpo, da barriga, logo foi se esconder dento de minha calça. Fomos para o quarto dela, sem parar aquele beijo nem por um segundo.

Tinha sido uma noite diferente, o jantar, o sexo, os momentos em que nós apenas pensávamos no que falar... Mas no fim, após todo aquele momento de tesão e paixão, ela dormia em meus braços com um grande sorriso em seu rosto e eu finalmente dormiria, como há muitos meses não conseguia

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