sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Jogando a Sujeira Sobre a Mesa

- Cara você sumiu... Tá fugindo de quem?
- Não fugi de ninguém, somente desse maldito governo.
- Mete o pé na porta então, vira hippie de uma vez, aliás, com essa sua barba já você já tá no caminho! Há há.
- Eu gostaria de poder acreditar em Anarquia, no ideal Nazista, ou até mesmo Fascista... Mas eu não consigo acreditar e ter fé em nada, por que no final, eu não confio em ninguém. Eu estou sozinho nessa e tenho de viver assim.
- Malditos escritores, é por isso que não da pra ter um simples conversa com você, sempre falam demais, não acreditam em nada e tiram respostas pra tudo com suas filosofias do apocalipse.
- E quem é que esta falando demais agora? Há há.
- Então, eu ouvi dizer que você se enroscou com uma coleira... Francesa por sinal. Então é assim agora? Eu fico sabendo as coisas pelos vagabundos do bar do Arthur?
- Uma coleira? Não fiquei sabendo de nada do tipo...

Alex era um cara enorme, meio cheinho, com cara de bobo e assim como eu, cultivava uma grande quantidade de pelos na cara, a diferença entre nós era apenas que ele tomava menos banhos que eu e nem sempre o pobre coitado conseguia ter um orgasmo enquanto estava bêbado.

- Como estão às coisas com a nova senhora Cocain?
- Bom, até o momento tem ocorrido tudo muito bem e devagar.

Ela me olhou atravessado, deu um sorriso de lado e disse:

- Desgraçado, você tá trepando com ela! É impressionante, você não consegue segurar o seu pinto dentro da sua calça por nem um segundo se quer, tem que guarda-lo dentro de algo quente, é sempre assim!
- É o que você está dizendo, não eu.

Nós pegamos nossos casacos e saímos atrás de um bar para jogarmos sinuca. Pegamos meu carro, estava tarde, as ruas estavam vazias já que a chuva que tinha caído sobre a cidade não contribuiu muito para os pobres moradores de rua. Passamos por algumas garotas, coitadas usavam apenas roupas curtas naquele frio e tinham uma expressão de tesão em seus rostos, era de partir o coração e dar uma ereção até mesmo para o mais velho dos vagabundos...

Subimos a rua, então encontramos nosso bar predileto para uma partida de sinuca. Como previsto, ele estava praticamente vazio, com exceção de um grupo de “descolados” sentados em uma mesa e jogando. Eram três caras e quatro garotas, lindas, jovens, safadas... No auge de sua sexualidade! Duas loiras, uma ruiva e outra, baixinha, oriental.

Nós passamos por eles, dois dos babacas nos encararam com superioridade, Alex não se importou com aquilo, ele não era um cara de briga, mas no meu caso, eu fiquei puto com aquela merda toda. Fomos até o balcão.

- Eae meus amigos, como vocês estão esta noite? O de sempre pra vocês?
- Grande Victor! Tirando essa chuvinha, tudo na mesma... – Respondeu Alex.

Victor colocou uma garrafa de cerveja, dois copos e duas fichas para a mesa sobre o balcão.

- Ei, Vic, quem são esses babacas? – Eu perguntei enquanto me virava novamente para o grupo ao redor da mesa numero 1.
- Eles? Não conhece muito bem, frequentam raramente o bar, o que eu sei é que eles tem entre 22 e 26 anos, são uns universitários filhinhos de papai.
- Hm... Me da uma dose dessa cachaça.
- DUAS PRA MIM! – Exclamou Alex, sempre querendo provar o quanto seu fígado era feito a base de álcool...

Pegamos a mesa número 2, ao lado dos universitários. Enquanto jogávamos uma das loiras e a japinha ficavam nos observando com lindos sorrisos no rosto.

- Que tal a gente melhorar este jogo? – Perguntou-me Alex.
- Quanto?
- 20 paus.
- Fechado, quem vencer paga pela noite toda aqui.
- Ótimo!

Aqueles universitários mimados ficavam gritando, jogando cerveja de um lado para outro, só me deixavam mais irritado com a presença deles ali, exceto pelas lindas garotas.

- Ei, e que tal a gente dar o fora daqui, vamos pro meu apartamento na cobertura e vamos começar essa SURUBA!
- Cala essa boca Jorge! – Respondeu a loirinha que me olhava jogar.
- Sua vaca, olha bem com quem você tá falando! Eu posso muito bem pagar qualquer outra putinha ali na rua debaixo que ela deve saber fazer o serviço bem melhor que o seu e me sai mais barato!
- Por que você não vai se ferrar?! – Atravessou a conversa a ruiva.
- Vocês são uns porcos sem respeito nenhum... – Uniu-se a discussão a japa.
- Suas vadias, vocês tem de aprender como falar com seus putões! – Disse um deles enquanto se aproximava da loira pegando seu cabelo por trás.
- Ei, você imbecil! É melhor você não encostar um único dedo nessas garotas... – Eu disse.
- Filho da puta safado, que merda você quer se envolvendo onde não foi chamado?
- Esse é o melhor que você consegue bonitão? Nesse bar a gente não mal trata mulher alguma, deu pra entender?

Eles se aproximaram, um deles tinha um taco nas mãos.

- E o que você vai fazer a respeito?
Olhei para o que tinha o taco nas mãos e disse:
- É melhor soltar esse taco meu velho...

Antes mesmo de ele responder, chutei o taco que ele tinha entre as pernas e o acertei com um direto bem no meio da cara, ele caiu sobre a mesa. Alex acertou outro com um soco de direita, um de esquerda nas costelas e outro direto, na cara, ele caiu. Fui atingido no canto esquerdo do rosto com um soco e outro no estômago, revidei com um gancho no queixo do desgraçado falastrão, peguei ele pela gola da camisa e acertei dois socos em seu rosto, então o joguei contra a parede. Me virei a ponte de segurar aquele que estava caído sobre a mesa, peguei ele pela barriga, pulando em cima dele. Nós caímos no chão e eu o acertei com força no rosto, minhas mãos ficavam cada vez mais sujas de sangue, enquanto isso o outro recobrou a consciência e me acerto dois chutes na costela, eu cai. Alex jogou uma cadeira sobre ele, nesse tempo pude me levantar, peguei a garrafa de cerveja e a quebrei na cabeça do outro cara que se levantava do chão, ele não levantou mais depois daquela.

Um disparo contra o teto do bar nos fez parar de vez, era Victor nos expulsando de lá. As garotas saíram correndo, apenas uma das loiras ficou, ela tentava fazer seu namorado acordar depois de ter uma garrafa de cerveja quebrada em sua cabeça, um grande desperdício. Eu e Alex também saímos de lá, com nossos copos cheios de cachaça.

No fim, ficamos com alguns machucados em nossos rostos que havia sangrado bastante e minha costela doía demais. Chegamos ao carro depois de tomar nossas doses e jogar os copos no chão, então encontramos as três garotas, lindas, excitadas pela briga nos esperando. Aquela noite não tinha chegado nem perto de acabar...

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