segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Desfrutando Outra Noite

A noite estava agitada, todos bêbados enchiam a casa com uma energia especial para a ocasião, era o aniversário de Alex – parabéns alcoólatra safado.

Na cozinha, um número respeitável de pessoas apreciavam o momento único.

- EU QUERO VER VOCÊS CHEIRAREM O MEU CIGARRO! – Disse Noel.
- POEM O PÓ NA MESA! – Respondeu Alex.
- Cacete... – Me esquivei.

Me deram um copo com rum, olhei para aquela careira de cigarro. Por um segundo pensei em como aquela ideia era estúpida. Virei o copo, matei a merda da carreira.

- Porra Alex... – tossi- Seu idiota!
- Há há, foi legal. – Disse Alex.

Aquilo ardia, não foi uma das melhores experiências.

- Vamos beber! – Alguém gritou.

Não sabia mais de onde havia surgido tanta gente. Me juntei a Alex, Noel, Bob, Ana Leticia e alguns “amigos de momento”.

- Pessoal, eu só queria agradecer a presença de todos e dizer que essa noite será completamente esquecida, estou quase no ponto do esquecimento... Mas foi muito foda até esse momento. – Agradecia Alex – Leo, essa é sua deixa, me de tudo o que temos no estoque.
- Vocês são foda. – Dizia Ana Leticia.
- Espere aqui, vou pegar nossos drinks. – Eu disse para Alex e Bob.

Sai na direção do bar, ainda pude ouvir Noel falando algo sobre sal no pescoço e doses no umbigo. Entrei na casa, estava escuro, com luzes azuis e verdes piscando, a música fazia as paredes e o teto tremerem. Passei entre pessoas que eu nem sequer conhecia.

A cozinha também estava escura, mas era possível ver algo. Uma garota se aproximou, belo rosto, bons peitos, boas pernas.

- Olá.
- Olá.
- Prazer, Jú.
- Eu sou...
- Sei quem você é.
- Sabe?
- Sim, você fodeu a minha tia.
- Sua tia?
- Sim. Cerca de 40 anos, com corpo de 28 e um rosto a cada dia mais jovem.
- É claro! Larissa, certo? Como ela está?
- Divorciada.
- Essas coisas acontecem... Me lembro muito bem dela agora.
- Ela também. Lembra como a cabeça desse seu pau?
- Como ponta da minha língua.
- Safado.
- Não, você lê demais.
- Aposto que não é como nos livros.
- Não mesmo. Os livros são feitos para serem lidos, imaginados como quiser em sua cabeça. O que acontece fora deles é algo diferente. Às vezes não, às vezes sim, depende do meu humor.
- Mostre como você é homem. Me fode agora.
- Não faça isso.
- Faça você comigo, agora, me fode!

Tomei meu drink.

- Não, não tenho de provar nada a você e prefiro não me envolver com parentes de alguma das minhas ex.
- Seu frouxo, eu quero te chupar todo!

Virei e sai. Ela merecia uma boa enrabada, mas eu não deveria fazer aquilo, tinha muito trabalho a fazer, o bar ainda estava cheio.

Sai com nossas bebidas, enfrentei a multidão e voltei para fora. Estavam próximos da piscina (horas depois eu entraria/cairia nela, assim como Alex e Noel).

- Dai eu botei no rabo dela!
- Bob, cala a boca. Não me venha com detalhes.
- Cara, você devia ter visto o tamanho do detalhes.
- Voltei na hora certa... – Ironia, um dos meus charmes.

Conversamos, bebemos e quanto mais bêbado eu ficava, maior era minha vontade de me afastar. Nos separamos e deixamos a festa seguir seus próprios passos. Noel e Ana foram para um dos quartos desfrutar de suas paixões. Bob encontrou duas garotas para satisfazê-lo. Eu e Alex nos acomodamos num dos lugares mais privilegiados do local, eram duas poltronas na varanda onde podíamos beber, ouvir o que conversávamos, observar a piscina e a festa.

- Sinto falta desses momentos. – Disseram Alex e seu copo de rum.
- Sei como é.
- Precisamos fazer mais isso.
- Festas como está só podem acontecer a cada três meses, precisamos nos preservar.
- Tá certo, boa cara.

Duas lindas mulheres nos olhavam. Uma era morena, vestido branco, decote, copo em ambas as mãos e o olhar voltado para Alex, que devolvia a atenção. A outra, uma loira, vestido preto até metade das pernas, perfeitas pernas brancas e macias. Segurava sua cerveja, me olhava com um sorriso simpático, cheio de alegria.

Nem mesmo Darwin faria uma teoria tão perfeita sobre a evolução daquela mulher.

Eu e Alex nos olhamos, sabíamos exatamente o que havia acontecido. A sensação nos enchia, voltamos a trocar olhares e sorrisos, mas elas estavam indo embora. A loira se despediu com certa tristeza, não queria ir. Devia ter ficado um pouco mais.

O dia começava a amanhecer, grande parte das pessoas se foram enquanto o resto delas dormia espalhadas pela casa.

- Um brinde a tudo que nos rodeia. – Propôs Alex.
- Alcóolatras e paixão.
- Sim, bela análise da situação.
- E um brinde as próximas noites, estaremos juntos, estaremos bêbados, estaremos impressionantemente felizes.

Bebemos nossos últimos copos antes de finalmente deixarmos o mundo real de lado. Dormíamos em nossas poltronas, dormíamos bem, foi uma grande noite. Meus parabéns grande Alex.

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